Monthly Archives: January 2007

Saudades de quem vive

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Tenho saudades de ti, a quem nunca vi, porra!

Não sei se a vida te corre de feição, se ainda conduzes a 200 km/h, se continuas o mesmo machista liberal brincalhão mister knows-it-all, …

Tenho saudades de embirrar contigo, de te espicaçar verbalmente, de ouvir os teus disparates, de te ler. E sabes bem que não sou a única.

Pronto, já sabes!

Alguém vai dar voltas e voltas na urna depois disto.

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Ai que prazer

Não postar diariamente

Ter um blog para manter

E não o fazer.

Publicar torna-se monótono

Partilhar on-line é quase nada.

O sol doira sem blogosfera

O rio corre bem ou mal,

Sem edição original e pessoal.

E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal

Como tem tempo, não tem pressa.

Blogs são páginas virtuais

Cheias de bits e bytes

Partilhar é uma coisa em que está distinta

A diferença entre “o meu” e “o nosso”.

Quanto melhor é quando há clicks

Esperar por O Comentário,

Quer venha ou não.

Grande é a escrita, a emoção e os comentários ziguezagueantes

Mas o melhor da Internet é o mundo aos nossos dedos

Imagem, música, cores e as palavras

Que nos atingem

Só quando, em vez de aquecerem, magoam.

E mais do que isto

É Jesus Cristo

Que não sabia nada de computação

Nem consta que tivesse Internet.

 

 

O original é de Fernando Pessoa, como é sabido, e pode encontrar-se aqui.

Queixas, queixinhas e queixumes

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Há algo na minha actividade profissional de que não gosto particularmente. Aliás,  depois da lesgislação que sou obrigada a ler para me manter actualizada no que diz respeito a um certo cargo inerente à profissão, o de Director de Turma, ter que lidar e socializar com os meus congéneres é o que mais me mexe com os nervos. Há gente que passa os intervalos a queixar-se disto, daquilo e daqueloutro, pessoas que parece nunca estarem satisfeitas com nada – ou com os catraios, ou com o Ministério, ou com a empregada lá de casa, ou com o mecânico que entregou o carro no dia seguinte…ou seja, passam muito do seu tempo a fazer precisamente aquilo que estou a fazer agora: a queixarem-se. E isto irrita-me profundamente: deve dar-lhes imenso prazer dizer em voz alto que a sua vida é (ou parece ser) mais miserável que a dos outros, fazem questão de orgulhosamente se mostrarem pessimistas. Porra! Para pessimista cá ando eu e a mim raramente me ouvem queixar NA escola. Este é um mal que, parece-me, agrava-se com a idade: aos mais velhos dói-lhes as cruzes, a coluna, a hérnia, agravam-se as dores de cabeça provocadas pelo barulho dos catraios. Se isto é o prato do dia, ou quase, quem é que no seu perfeito juízo tem paciência para aturar colegas em jantares, almoços e afins? Definitely not me! O que só comprova que sou mesmo anti-social.

Girassóis

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Gosto de girassóis. Estiveram presentes na decoração dum local num dos dias mais importantes da minha vida. Só não estiveram nas minhas mãos devido a uma mudança de gostos à última da hora. Gosto dos cambiantes de amarelo e laranja e verde conjugados. Transmitem-me alegria, recordam-me do verão e do Alentejo e do dia em que parámos na berma duma estrada qualquer com o único propósito de eu lhes tirar fotografias. Tenho-os num quadro feito por mim a decorar a cozinha. Não me canso deles e hoje, inesperadamente, comprei três.  Ficam mesmo bem naquele sítio!

Não é mentira, não senhor!

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“The public have an insatiable curiosity to know everything. Except what is worth knowing. Journalism, conscious of this (…), supplies their demands.”

Oscar Wilde

 

Até eu, que sou um pouco anti-social, passo os olhos pelas revistas cor-de-rosa, tal a minha curiosidade acerca de detalhes sórdidos e pecaminosos acerca da vida dos outros. Mas não se devem considerar tais publicações JORNALISMO sério, pois não?