Category Archives: Episódios

A primeira história

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Hoje contaram-me uma história. Pela primeira vez. Não interessa que história me foi contada, mas sim como me foi contada. Não interessa quando ocorreu a história, mas sim quem a contou: teve “era uma vez…”, o meio, e o “vitória, vitória, acabou-se a história”, princípio, meio e fim. Teve entoação e gestos a acompanhar, e continha diálogo entre as personagens, que tinham nomes. E pediram-me para a escrever no papel, com letra de gente grande. E que a levasse para a escola para ser mostrada.

E eu sempre com um brilhozinho nos olhos…

Lembranças

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Estou lentamente a recuperar certos hábitos natalícios de há uns anos atrás. Até já sei fazer bilharacos e rabanadas! Até já passamos horas eternas na cozinha a fazer daquelas coisas boas que, quando chega a hora, nunca se comem, por estarmos fartos de petiscar. É, é quase igual!

6 anos num ápice

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Sábado à noite. A sua companhia habitual tinha-se ausentado. A solidão invadia o seu espaço, o físico e o interior. A televisão de pouco lhe valia, como já era habitual. Restava-lhe o computador, com acesso recente à Internet. A curiosidade de ver mais, ler mais, falar mais, querer saber mais, ter mais, conhecer mais, viajar mais, interagir mais – tudo isto nem sempre da melhor maneira – deu no que deu: horas perdidas que voaram sem que soubesse como, horas úteis que resultaram em alegrias e tristezas e ódios e monólogos e diálogos e fóruns e aquisições e paixões e trocas e audições e sessões e sei lá que mais.

Monólogo nocturno

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“Mas que grande besta!”

Uma grande besta me saiste tu, que não sabes quem tens! Porque é que tens que proferir tais palavras tão frequentemente? Depois não te admires que sejam repetidas! E para que te irritas com ele? Tu é que ouviste mal! A culpa é toda tua! E depois vingas-te nele! Como se soubesse o que acabou de dizer! E imediatamente arrependes-te, porque sabes que foste injusta! Sua besta! Claro que a seguir há troca de mimos e palavras doces, mas o mal está feito. Pensa duas vezes antes de abrir a boca, besta!

Asas

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Muitas vezes ocorrem-me pensamentos suicídas, ou melhor, não são suicídas, mas caso os pusesse em prática resultariam em suicídio.

Um desses recorrentes  aparece quando estou numa das varandas do nosso 9ºandar e começo a olhar para os carros parados lá em baixo.

O que aconteceria – detalhadamente, caso eu decidisse “voar” por ali abaixo? Onde exactamente é que caíria? Em que posição é que me esborracharia? Quem primeiro notaria tal acontecimento? E se tivesse asas, quanto tempo aguentaria até me estatelar em cima do carro da vizinha do 5º andar? Qual a sensação de voar?

É por estas e por outras que tenho que perder o medo e um dia ir experimentar parapente para Linhares da Beira.

A culpa foi do Beto e da Edna

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Se me dissessem que, de sábado para domingo, me deitaria perto das sete da manhã, eu reagiria:” Tu estás é tolo. E o puto?”.

Mas foi mesmo verdade: jantar agradável, seguido de uma visita ao “mundialódromo” local, ida a um dos bares da moda da terreola, figurinhas tristes a cantarem karaoke e vrummmmmmm p’rá discoteca mais próxima.

Chegar a casa da sogra e ouvir um raspanete desta – e com razão – é apenas um aparte sem importância. Há males que vêm por bem: se o míudo não tivesse tido cólicas durante a noite, e não estivesse acordado e arrebitadíssimo quando chegámos, nenhum dos 3 teria dormido até à hora de almoço.

Conclusão: já não tenho idade para estas coisas de adolescente, mas lá que me soube bem, soube!

Só chatices!

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Experiência de turma: observar o desenvolvimento dum bicho-da-seda e sua transformação em borboleta.

Acto imperdoável: cortar a cabeça da borboleta.

Castigos: sermão e missa cantada, horas a fio sem um sorriso, algumas vontades negadas, pedido público de desculpas, possível substituição do casulo.

Servir-lhe-à de emenda? A ver vamos. Para já, nota-se que tem perfeita consicência de que agiu mal e sabe porque é que a mãe está extremamente zangada com ele.

Bichinho complicado à brava

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Sou um exemplar perfeito de como as mulheres são temperamentais e de como tanto estão bem como estão mal, vá lá saber-se porque mudam de humor. 

O que me chateia é uma simples brincadeira a três ser levada tão a sério que afecta a eventual amizade que possa existir. Quando o feitiço se vira contra a feiticeira, acabou-se a brincadeira.